Notícia publicada originalmente
em inglês em 06 de julho de 2017 em http://www.straitstimes.com/world/scientists-unveil-doubly-charmed-new-particle-xicc
Tradução de Larissa Gabriela
Revisado por Marta Maximo
Cientistas europeus disseram na quinta-feira (6 de julho) que
descobriram uma nova partícula subatômica contendo uma combinação nunca antes
vista de quarks - os blocos de construção mais básicos da matéria.
A partícula, um bárion apelidado de Xicc ++, contém dois
quarks charm pesados e um quark up, e tem cerca de quatro vezes a massa do
bárion mais familiar - o próton.
A partícula está prevista no Modelo Padrão da Física de Partículas, e sua descoberta não foi "um choque", disse Matthew Charles, do laboratório de física LPNHE em Paris.
A partícula está prevista no Modelo Padrão da Física de Partículas, e sua descoberta não foi "um choque", disse Matthew Charles, do laboratório de física LPNHE em Paris.
Ele é um dos cerca de 800 cientistas envolvidos nesta
descoberta por intermédio do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em
inglês) da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN).
O colisor é bem famoso pela observação do bóson de Higgs, partícula
que confere massa à matéria.
A nova partícula é a primeira vista com dois desses quarks
pesados, afirmou a equipe.
Existem seis tipos de quark, com nomes exóticos como charm, strange e beauty (charmoso,
estranho e bonito, respectivamente, na versão em português).
Os quarks charm, top e beauty são os tipos
mais pesados.
Quarks formam bárions, como os prótons e nêutrons que compõem a maior parte da massa no Universo conhecido.
Os bárions se reúnem em átomos, que formam as moléculas que
constituem a matéria.
"Este tipo de partícula, esses bárions com dois charms ... eles foram bastante
evasivos", disse Charles.
A partir de sua existência de curta duração no Universo
primitivo, esses bárions não restam nos dias de hoje e, para produzi-los em
laboratório, é necessária uma grande concentração de energia, como as que podem
ser geradas pelo novo e atualizado LHC.
O Xicc ++ é um bárion instável, disse Charles. Ele existe por "uma pequena fração de segundo" antes de decair em outras partículas, mais leves. Sua descoberta permitirá que os cientistas continuem testando o Modelo Padrão de Física - a principal teoria sobre as partículas fundamentais que compõem a matéria e as forças que as governam.
O Modelo Padrão não explica, no entanto, a matéria escura, ou
por que há mais matéria do que a antimatéria no Universo.
Criticamente, o modelo é incompatível com a teoria da Relatividade
Geral de Einstein - a força da gravidade como a conhecemos parece não funcionar
na escala quântica subatômica.
"Uma grande parte do nosso trabalho como um campo de
pesquisa é tentar acessar e estudar onde o Modelo Padrão não funciona",
para eventualmente e encontrar explicações alternativas, disse Charles.
"Estamos testando coisas em tantos lugares diferentes quanto
nós podemos", disse ele. "Uma das coisas que... seremos capazes de
fazer com partículas como essas é usá-las... para fazer mais testes".
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