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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Cientistas desvendam nova partícula Xicc ++, formada por dois quarks charm

Notícia publicada originalmente em inglês em 06 de julho de 2017 em http://www.straitstimes.com/world/scientists-unveil-doubly-charmed-new-particle-xicc

Tradução de Larissa Gabriela
Revisado por Marta Maximo

Cientistas europeus disseram na quinta-feira (6 de julho) que descobriram uma nova partícula subatômica contendo uma combinação nunca antes vista de quarks - os blocos de construção mais básicos da matéria.

A partícula, um bárion apelidado de Xicc ++, contém dois quarks charm pesados e um quark up, e tem cerca de quatro vezes a massa do bárion mais familiar - o próton.
A partícula está prevista no Modelo Padrão da Física de Partículas, e sua descoberta não foi "um choque", disse Matthew Charles, do laboratório de física LPNHE em Paris.
Ele é um dos cerca de 800 cientistas envolvidos nesta descoberta por intermédio do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN).
O colisor é bem famoso pela observação do bóson de Higgs, partícula que confere massa à matéria.

A nova partícula é a primeira vista com dois desses quarks pesados, afirmou a equipe.
Existem seis tipos de quark, com nomes exóticos como charm, strange e beauty (charmoso, estranho e bonito, respectivamente, na versão em português).
 Os quarks charm, top e beauty são os tipos mais pesados.

Quarks formam bárions, como os prótons e nêutrons que compõem a maior parte da massa no Universo conhecido.
Os bárions se reúnem em átomos, que formam as moléculas que constituem a matéria.
"Este tipo de partícula, esses bárions com dois charms ... eles foram bastante evasivos", disse Charles.

A partir de sua existência de curta duração no Universo primitivo, esses bárions não restam nos dias de hoje e, para produzi-los em laboratório, é necessária uma grande concentração de energia, como as que podem ser geradas pelo novo e atualizado LHC.

O Xicc ++ é um bárion instável, disse Charles. Ele existe por "uma pequena fração de segundo" antes de decair em outras partículas, mais leves. Sua descoberta permitirá que os cientistas continuem testando o Modelo Padrão de Física - a principal teoria sobre as partículas fundamentais que compõem a matéria e as forças que as governam.
O Modelo Padrão não explica, no entanto, a matéria escura, ou por que há mais matéria do que a antimatéria no Universo.

Criticamente, o modelo é incompatível com a teoria da Relatividade Geral de Einstein - a força da gravidade como a conhecemos parece não funcionar na escala quântica subatômica.

"Uma grande parte do nosso trabalho como um campo de pesquisa é tentar acessar e estudar onde o Modelo Padrão não funciona", para eventualmente e encontrar explicações alternativas, disse Charles.

"Estamos testando coisas em tantos lugares diferentes quanto nós podemos", disse ele. "Uma das coisas que... seremos capazes de fazer com partículas como essas é usá-las... para fazer mais testes".

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